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terça-feira, 28 de setembro de 2010

"Todo significado é feito pelo sujeito, então faça o seu próprio, e faça-o bem. Não trate a vida como uma maneira de passar o tempo até que você morra.

Não tente "encontrar" a si mesmo; você deve se fazer. Escolha o que você quer achar significativo e viva, crie, ame, odeie, chore, destrua, lute e morra por isto. Não permita que sua vida, seus valores e suas ações caiam facilmente em qualquer molde que não seja aquele que você cria para si mesmo, e diga com convicção: "Isso é o que eu mesmo faço".

Não ceda à esperança. Lembre-se de que nada do que você faz tem um significado além daquele com o qual você o incute. Faça o que fizer,  faça por si mesma. Quando o universo olhar com indiferença, ria e grita de volta: "Foda-se!" Lembre-se de que lutar contra a falta de sentido é fútil, mas lute de qualquer maneira, apesar de e por causa de sua futilidade.

O mundo pode ser vazio de significado, mas é uma tela em branco na qual você pode pintar seus próprios significados. Viva deliberadamente. Você é livre."



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

De algumas sórdidas lembranças daquela rua antiga 6 me vi ao seu corpo nu desamparado pela rotina que teima em coçar. Eu te encontrei lá na porta de casa com uma camiseta branca e todo sujo de lama, como se estivesse vindo de uma caçada. Um suspiro intrépido e ofegante me impulsionou a te ajudar a levantar. Dois olhos piscando e quatro pra seis as suas mãos congelando no ar quente só me deu alguns sinais de que estava disposto a caminhar dez quadras pra poder dizer a mesma coisa que disse trezentas vezes. Aquele bairro perigoso, com uma trilha no caminho cheio de flores velhas secas e restos de cavalo presenteava a cada fim uma nova rua iluminada. Correndo o quanto mais poderia como se fosse querer alcançar os planetas se debateu angustiado porque sabia que não dava mais. Alguns sonhos foram feitos apenas pra nadar em enxurradas e alagamentos. Eles nos culpam por tentar respirar.



segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Nostalgia e saliência

Às vezes me vêm a cabeça um sentimento de quando eu queria ser a mais punk da minha escola. Eu tinha alguma certeira vontade de gritar com os professores, com os policiais, dos pastores. Descobrir uma banda boa me dava alguns frios na espinha e botava um sorriso no meu rosto que ninguém conseguia tirar. Andar de skate, escutar música no discman, selinho escondido na esquina, demora pra voltar pra casa, faltar de escola pra ir pro centro, comprar cigarro no bar de frente, nos escombros do lado da quadra, deitar na arquibancada, não jogar futebol, se esconder nas escadas, pixar com caneta as paredes, cerveja na sala, educação física nem pensar.
No final do dia, lá no fundo de casa dançava, cantava e deitava no chão acimentado com plantas e pensava nos meus dias em 5 anos (turnê, banda, palco, tudo independente).
5 anos se foram, e acho que a paixão foi suprimida: pelo contra, pelo que tá abaixo do chão, pelo que está for fora das linhas. Meu sonho punk foi cortado no meio pela minha arrogância e experiência. Por eu ter conhecido alguém que quebrou tudo isso, com a sua filosofia e crença de que o mundo é bonito sim - é só a gente enxergá-lo assim. Não tentar mudá-lo e ficar só vagando.
Igreja. Dominical. Senta na cadeira direitinho. Deus seja louvado.

.hipérbole.

Mas eu não quero ser uma merda andante que acha que tá tudo bem contanto que te dêem uma bala que te alegra por 3 minutos; não quero achar que consegui tudo: eu ainda tenho que mudar o mundo.
Não quero acordar e só dizer oi pra luz do sol, eu quero pegá-la, fazê-la minha e deixá-la mais brilhante, porque mais cedo ou mais tarde vai vir o fim do dia - me preparar pra noite é o que eu tenho que fazer. Quero olhar pras estrelas e ainda perguntar porquê, como, quando, se.  Me esqueci que ninguém nunca vai estar por mim além de mim mesma. Eu que tenho que me foder, eu que tenho que levantar. Que tudo é vazio até a medida que eu o encho, que alegria é temporária, felicidade é você estar bem com você mesma e conseguir seguir em frente tendo a consciência tranquila, sabendo que você tá correndo certo, que se você não fizer com o coração vai ter muitos que farão por você mas não serão como você.  Me levantar e dizer: essa é a minha verdade, sou eu que me faço. A diferença de fato é você conseguir botar o pé no chão frio ao se levantar e dizer que ainda está aqui.

Contra a corrente.
Contra todos.
Contra tudo.

É disso que eu sinto falta.
Mas nostalgia é quando a gente não consegue resgatar o que um dia fomos.
Que bom saber que eu ainda posso ser punk de todo o meu coração e pixar nas paredes de um mundo hostil e pronto a ser dizimado por dizer que ele está errado todos os dias da minha vida, até o dia que eu morrer.

Porque viver, pra mim, é isso.



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Hoje fez um ano que minha avó materna morreu.
Algo que me lembro todos os dias, mas ainda não derramo nenhuma lágrima. Tudo vai embora, e tá tudo bem.

Eu ainda me lembro dela. De quando conversava comigo, de quando me dava um abraço bem forte e ficava feliz em me ver. Eu também me recordo de quando eu a pegava às vezes olhando pro nada, de cabeça abaixada, com um olhar um pouco entristecido... E eu perguntava a ela: "o que foi, vó? Tá triste?" e ela respondia: "Ah... é a vida...". Como que se me dissesse: "É a vida passando bem diante dos meus olhos, e passando devagar e rápida, me levando com ela e me mostrando só traços do que já foi." Eu conhecia minha avó. Talvez eu fosse uma das pessoas que mais a conhecia - além de um parente, e sim como uma pessoa. Eu entendia como ela era reprimida pela nossa família, porque eu vivia aquilo também. Parecia que a gente sempre andava lado a lado, e ela era quem mais tentava, e tentava de verdade enxergar o que estava por trás do meu choro depois da briga e revelava o meu erro ou acerto da maneira mais terna possível. Não daqueles jeitos que as pessoas falam em filmes, com palavras muito bonitas, ou do jeito que eu queria que fosse, mas, mesmo assim, era suave e compreensível.
Ela não queria que eu fosse artista. Como disse ela uma vez, "por quê você não vira engenheira, médica, advogada? Dá mais dinheiro, não é não, fia?", e eu respondia: "Talvez sim vó, tudo que eu sei é que vale abrir mão dessas profissões tão importantes que todo mundo conhece como sucesso e fazer tudo o que elas fazem: mudar tudo em uma só coisa: artista. Eu tenho uma coisa pra respirar agora." Ela sorria, dizia "É, né? Que bom!" e fingia entender o que eu disse para evitar qualquer longa explicação, mas de alguma forma via felicidade em mim.

Minha impaciência e estresse muitas vezes a atingia, porque ela não era toda doce (muito menos eu), e não quero romantizar tudo o que vivi com ela só porque ela morreu. Era um pouco chata com muitas coisas, e reclamava de outras milhares, reclamava, gritava (eu via muito minha mãe nela).
Chegou um tempo em que as pessoas que ela convivia sempre (minha prima e tia), não tinham mais paciência. Abriámos mão de muita coisa pra ficar com ela no hospital, ou tomando conta dela (talvez eu fosse a única que achava que ela não precisava de ninguém a observando - ela mesmo dizia). Seus ferimentos no pé chegavam a ser dolorosos até pra nós: feridas na carne, horrendas, ruins de se olhar. E ela sabia disso. Quando estava tudo ok, ela escorregava no banheiro, caia na rua, ou acontecia outra coisa que não dá muito bem pra se explicar o porquê aconteceu. Era assim: do nada.

Um dia, minha prima, irmã e eu tivemos uma briga. Daquelas feias bem feias. O que parecia um pouco impossível, já que as únicas brigas que tivemos foi quando a gente era adolescente. E brigávamos por causa da minha avó. Quem cuidava menos? Quem a via menos? Quem se importava mais? Foi quando, no meio, quase no término aliás, minha avó começou a chorar e se angustiar, porque ela viu que era o problema de todo peso. Ela pedia pra parar, porque o choro era de todo mundo. Paramos aos poucos e tudo foi se resolvendo, e o fim foi cravado por uma canção que eu não me lembro muito bem, mas era bem bonita, um daqueles hinos de louvor que cantavam nas igrejas na época da minha vó. Aí foi quando minhas lágrimas caíram, e eu pensei: "Preciso guardar esse momento pra sempre comigo", e nunca mais esqueci. Naquele momento, as palavras da minha avó se fincavam em mim: "Tudo vai embora, tudo acaba, Lolô", e eu só concordava e dizia que ia ficar tudo bem. Mas eu sabia que não ia. Ela sabia que, pra ela, talvez apenas piorasse, cada dia mais. Era ficar e sofrer, ou ir e sofrermos. Primeira opção. O corpo foi avisando e a velhice dela, a saúde dela dizendo que ela deveria ter se cuidado mais, mas, mesmo assim, pedindo desculpas a ela pela falta de oportunidades e pela velhice prematura (minha avó teve meus tios e minha mãe com uns 40 anos, e viveu a vida tendo que trabalhar na roça e chegando na cidade, já tava bem velha e não sabia pra onde ir, exceto ficar quieta em casa, vendendo Avon, cozinhando, indo à igreja e vendo novela).      

Sinto falta não somente dos dias em que ela enquanto podia, fazia cuidadosamente biscoito frito ou rosquinha quando eu passava o dia na casa dela, que era bem perto da minha escola, e ela preparava meus lanches com mussarela e presunto e uma garrafinha de suco ou refrigerante. Me dava um banho muito muito difícil, tendo que enfrentar uma menina mimada que achava que podia fazer tudo por si só. Lembro dos tapetes que ela fazia e do meu interesse por costurar roupas nas minhas pouquíssimas bonecas e na máquina velha de costura que ela tinha, bem pesada, e como eu tentava manuseá-la, mas sempre sem sucesso, até que ela pelo meu pedido me ensinava, mas ainda eu não conseguia - medo daquelas linhas e cordas se movimentando freneticamente. Gosto do tempo em que ela morava bem pertinho de casa e era mais fácil visitá-la, e a gente assistia filme e novela. Foi a terceira casa dela. A segunda foi a minha.
A primeira e a melhor de todas minhas memórias era em um bairro muito distante, perto da linha do trem, da fábrica de Coca-Cola e do final de Uberlândia. O trem... O barulho alto do trem, os grunhidos dos gatos que eu tinha muito medo quando eu ia dormir na casa dela, das amigas da minha prima, dos pés de goiaba que tinham na esquina da casa e eu ia escondido andar pelo bairro, sozinha, ou na linha do trem, o que mais me fascinava. Eu me trancava no quarto da minha prima, ia ler livros ou qualquer revista e gostava disso. E o mercado do Japão, mercadinho bonito que minha avó adorava comprar o chocolate da Turma da Mônica pra nós; os dias de chuva... construindo fortes e brincando nas enchurradas e vendo desenho na TV Cultura... Foram dias que me orgulho em dizer que foram meus e que minha infância foi sim bem bonita. Minha avó teve uma enorme importância nisso tudo, e eu agradeço a ela (como eu já agradeci) por ter vivido conosco e ter nos amado tanto. Ela reconhecia que aquele lugar fez parte de quase toda a vida dela, desde que ela se mudou de Goiatuba para cá, e talvez seja por isso que ela batia o pé no chão e ficava triste comentando comigo que iria se mudar e que não queria que isso acontecesse. Eu a entendia. E concordava e repetia suas palavras: "Vó, mas tudo tem um fim. É só superar isso, dizer que foi maravilhoso e seguir em frente sem olhar pros restos no chão."

Queria ter levado ela pra passear, pra sair, pra ver o pôr do sol, o mar (embora ela tivesse medo como ela teve no Rio de Janeiro, em fevereiro de 94), os pássaros e um céu que não se prendia ao formato e à visão da janela do apartamento ou do hospital. Ter momentos de liberdade que raramente teve. Descobrir, ver um filme, conversar. Fazer o que nunca, na adolescência dela, ela pôde.
Saber que ela não está mais aqui, é bem ruim, confesso. É sempre bem ruim. É como se faltasse uma parte de alguma coisa naquilo que dizem que é família, assim como o quarto vazio que me deparei pela primeira vez depois que ela se foi: um buraco, escuro, sem fim. O cheiro dela continuava pelos quartos, impregnado na parede. Um cheiro tão incomum... que às vezes eu ainda sinto quando vou à casa dela. Mas era mais ruim ainda a ver sofrendo e não nos dias que a gente se divertia mais e tudo era mais fácil. A imagem que tenho dela é ela penteando seus cabelos cinza e colocando grampos nele e dizendo pra mim quando eu a via: "Ué, Lolô, seu olho não amadureceu não? Vai ser sempre verde assim, é?" E eu: "Mas o seu também não amadureceu! A gente tá igual!" E ela ria, e eu gostava muito da risada dela, sempre rindo com vontade, com seus vestidos estampados, cinza, com flores, claros ou pastéis.
Tudo se vai, se foi, mas o amor e os pontos eternos de lembrança piscando continuam o mesmo.
Saudade.



segunda-feira, 13 de setembro de 2010

apago o cigarro no seu cotovelo que é pra eu ir longe daqui






domingo, 12 de setembro de 2010
THE REALM OF POSSIBILITY (an excerpt) (parte I)

"But the more I thought about it, the more I thought
less of it, and the more I thought less of it, the more she
thought less of me. And I began to think less of her
for thinking less of me."



sexta-feira, 10 de setembro de 2010
be kind - rewind





quarta-feira, 1 de setembro de 2010
revolta do subúrbio


o céu pesa no mar com o vento gelado pálido que chega até mim sem razão
sem amor e sem luz
porém com força
sem ela não vale explorar
e se evaporar
em apostas consigo mesma em vagões vazios de ilusões que contradizem todo sonho marcado antes mesmo de fechar os olhos
e paro pra escutar 
olhar em volta e explodir tudo em pedaços fincados no amanhã
minha vida em suas mãos grita 
todo abuso
e eu paro pra escutar
a partida do trem do caos que meu coração se põe